Friday 28 September 2007

Discourse analysis in Mozambique

I could spend my whole life doing discourse analysis of Mozambican newspapers - or of any paper for that matter -, for the fun of it. I arrived yesterday and had my first sip of the news during breakfast this morning, and that was enough to cheer me up. (Am I becoming cynical, goodness? No, please...)

The headline reads Mphanda Nkuwa avanca em 2009, meaning the Mphanda Nkuwa progresses in 2009. Mphanda Nkuwa is the name of a prospective dam to be built on the Zambezi River, in the province of Tete.

According to the International Rivers Network (IRN) website, more than 30 large dams have already been constructed throughout the Zambezi basin. Now, the Mozambican government is proposing to build the Mphanda Nkuwa Dam 60km downstream from the Cahora Bassa Dam. It is seems that it will "progress in 2009", whatever that means.


According the IRN, the dam would produce as much as 1,300MW of electricity while the newspaper says 1,500. The IRN says the cost of the dam will be $2 billion while the newspaper says 1.6. The proposed dam is a priority infrastructure project under the New Partnership for African Development (NEPAD), which is promoting Mphanda Nkuwa for increased supply of the regional electricity grid, primarily for industrial supply.


Brazilians are present through the Camargo Correia company, which has a very interesting history of involvement with dam construction during the military dictatorship (see casos de denuncia) in Brazil.

Besides environmental concerns, there seem to be great economic risks. If the Mozambican government finds it difficult to secure buyers for Mphanda Nkuwa’s electricity, it is unclear who will foot the bill. The worst–case scenario could be the same fate as Cahora Bassa: selling the dam’s hydroelectricity to South Africa’s utility, Eskom, at below cost because there is not enough local demand.

Another pearl found during the same breakfast reading was the caption of a picture of the demonstrations in Myanmar: "military personnel advising people to remain at home". Advising???

And a reader's letter tittled "Abduction of minors must be discouraged". It is about the need to "discourage" the selling of children in Maputo.

I could go on and on, but I have to work! Cheers to all of you.

Friday 21 September 2007

Last four days in Germany

I haven't posted any notes in English here for a while, so you my friends have been learning Portuguese if you had the will and patience for a slightly strange language.

In the last two posts, I wondered at the beauty of the Autumn in Germany, with all the gold and red leaves falling and giving the landscape a magic color.

I'm today in Berlin, where I've been for a week now. The coming weekend will be in Bonn. We were given the gift of a good weather in the last days here. We're planning to go for a good bike tour, to finish my stay with golden keys. I'll leave for Mozambique on Wednesday, in four days time.

From there, I'll travel to Tanzania, to take the new life and place over. We're happy and already dreaming of the warm sea water.

We greet you all. Take care and keep happy and peaceful.



Wednesday 19 September 2007

Dia de sol em Berlin


O outono começou mesmo, e aqui em Berlin também.

Anteontem fez um dia de verão total, com o povo de camiseta na beira do rio Spree até bem tarde da noite. Nem acreditei! Eu tinha ido visitar uns amigos que eu não via desde 2003, dos tempos da Tanzania. Eles têm dois filhos, e às vezes íamos juntos para a praia - a South Beach - em Dar es Salaam. Voltei quase meia noite, andando devagar, curtindo a noite morna.

O Rio Spree fica num antigo vale glacial, quer dizer, foi criado quando as geleiras derreteram depois da última era glacial há cerca de 10.000 anos. Um povo criativo, os berlinenses cercaram uma parte do rio para fazer uma piscina pública. Aqui na foto, o cais Leste.



Daí, pronto, ontem amanheceu chovendo canivetes (ou em inglês, cachorros e gatos - as in "it´s raining cats and dogs!), mas de tarde abriu o maior sol de novo. E frio de Outono! As folhas amarelando e avermelhando aqui também.

Fui visitar um lugar me dado como dica por umas brasileiras que eu encontrei aqui no hotel. Tem um mooonte de brasileiros aqui no Hotel Berlin. É uma loja de departamentos chamada KaDeWe (fala-se cadevê), mas a coisa não era a minha praia. Uma loja de produtos de marca, 7 andares de luxo, um horror! Dior, Bulgari, Yves Saint Laurent e todo o resto. Coisas em liquidação, coisinhas, tipo meias, por 50 euros (cerca de 130 reais). Havia muitos brasileiros lá também.

À noite fui encontrar uma outra amiga também dos tempos da Tanzania. Ela trabalha para o ministério do exterior. Fomos a um japonês e ficamos entre conversa fiada e sushis entre 5 e 10 da noite!

Hoje, além do trabalho - tenho trabalhado cerca de 4 horas por dia aqui no hotel -, vou tentar ir a uma exposição do Salvador Dali. Se voces quiserem ver um pouco das obras dele, visitem a galeria.



Friday 14 September 2007

Outono em Bonn

Dias como o de hoje fazem a vida em Bonn quase um paraíso. Está perfeito. 17 graus, sol, e as folhas das árvores começando a amarelar e a chover nas ruas e parques, numa chuva dourada que vai continuar até todas as árvores ficarem sem folhas lá pro fim de Novembro. É uma mudança incrível para os meus olhos tropicais, para quem mudanças de estações são uma espécie de fé na ciência, com pouca experiência real. Miuta gente fazendo jogging ao longo do rio Reno. O tempo certo para andar de bicicleta, assim, solta, pelos últimos momentos, até a próxima oportunidade.

Foi tão bom não ter carro por quase 3 anos! Além do bom sentimento ecológico, nossas pernas estão muito mais felizes também.

Últimos dias - mais uma vez - como residente por aqui. No domingo, viagem a Berlin, ver amigos e administração de embaixada. Saio no dia 26, para trabalhar em Moçambique.

Apesar de eu não ter querido vir por somente estas três semanas, valeu a pena. É bom estar junto do meu amado por um tempinho, mesmo que seja nesta correria. E profissionalmente foi bom também. Neste momento, trabalho com a InWEnt e com a GTZ Educação. Sou responsável pela parte do "participatory planning and monitoring".

Hoje é aniversário da minha amada irmã Kate. Kate, happy birthday to you, meine liebe!!!! Kate é irlandesa de nascimento, dinamarquesa de nacionalidade, e mora neste momento em Uganda - a terra dos gorilas das montanhas, e o berço do Rio Nilo. Nos conhecemos na Tanzania e nosso carinho só cresceu de lá para cá.

Sunday 9 September 2007

Preparação para a Tanzania

Espero que os amigos no Brasil tenham usado a chance para pensar no significado da independência. Isto porque filosoficamente falando prefiro o espírito ancestral africano da interdependência (Ubuntu), que tem mais a ver com os verdes e os não nacionalistas. Mas este espírito africano quase já acabou, porque a pressão para "globalizar" é grande. E a globalização começa pelas coisas mais importantes para o desenvolvimento humano: cola-cola, o telefone celular, muitos canais na TV, comunidades virtuais - não que qualquer outro país possa bater o Brasil nesta coisa orkutiana.

A Tanzania, este país para onde vamos em Outubro, ficou "independente" em 1961, em um dos poucos movimentos pela independência em África sem banhos de sangue. Mais tarde teve um banho de sangue na ilha de Zanzibar, in 1964, quando os "africanos" tomaram o poder dos "árabes" (para mim, todas as nacionalidades deveriam vir assim entre aspas, porque afinal o que significa esta coisa aleatória de ter nascido aqui ou ali, ou assim ou assado?) que dominavam a ilha desde que a ilha era parte do sultanato de Oman, no Golfo Pérsico.

A parte do continente que forma a Tanzania era chamada Tanganyika e quando juntou com Zanzibar ficou tudo conhecido como Tanzania.

Na verdade, a situação ainda é meio estranha. Existe a constituição da União e de cada parte do país. E tem o presidente da Tanzania mas também tem o presidente de Zanzibar. Enfim...

A língua kiSwahili tem sua expressão mais original em Zanzibar. Foi de lá que a língua se espalhou pelo continente (hoje cerca de 50 milhões de pessoas falam Swahili em vários países). A expansão foi mais rápida quando a ocupação colonial alemã adotou o kiSwahili como a língua da administração colonial e portanto também para educar os nativos que trabalhariam na burocracia do regime.

O primeiro presidente depois da independência, Julius Nyerere, traduziu duas obras de Shakespeare para o kiSwahili, O Mercador de Veneza e César. Na verdade, o espertinho traduziu como "o capitalista de Veneza"...

A Tanzania tem coisas que muitos de vocês devem conhecer. O Monte Kilimanjaro, reservas naturais incríveis, como Selous e Serengetti, tem o Rio Rufiji, por onde Livingstone adentrou o continente para "descobrir" montes de coisas, e botar nomes europeus nas coisas africanas, como a Victoria Falls - em homenagem à rainha Vitória da Inglaterra.

Este Livingstone - um missionário - (David) merece um capítulo à parte. O cara foi um pioneiro da "catequização" no continente e cunhou o conceito dos três Cs: cristianismo, comércio e civilização. Deu no que deu.

Por hoje é só. Informações detalhadas podem ser vistas na minha tese de mestrado sobre jovens líderes tanzanianos.

Tuesday 4 September 2007

Será Tanzania. It is gonna be Tanzania

Just to let you know that we´ll be going to Tanzania in October for a two year stay.

Esta mensagem é para informá-los de que vamos mesmo para a Tanzania para uma estadia de dois anos.

Estou ainda em transito, chegando na Alemanha para ficar por tres semanas.